Tagline: Difference between dead and life
Director: Alejandro González Iñárritu
IMDb: 7.9
Inarritu sempre me fascinou pela forma como escreve e despista o mais atento. O desenrolar em “flashbakcs”, a complexidade do enredo e a estrutura figurativamente em “puzzle”, intrigam o espectador de uma forma que poucos conseguem.
Tal como noutros filmes de Guillermo Arriaga, o enredo inicia-se num acidente. Este accidente irá juntar três destinos: uma mãe que perde as duas filhas e o marido (Naomi Watts), um matemático com uma grave doença cardíaca ( Sean Penn) e um delinquente religioso (Benicio del Toro.) O que sucede ao acidente é devastador.
Um elenco de luxo. Sean Penn é um dos meus actores comtemporâneos preferidos, invariavelmente excelente em cada personagem que interpreta. Ganhei uma admiração ainda maior após ter realizado “Into The Wild”, um grande e injustiçado filme, e também pela interpretação de Harvey Milk, que lhe valeu o Óscar da Academia. Benicio del Toro também mostra mais uma vez o seu talento, tal como já havia provado em “Traffic”. Naomi Watts que conhecia de filmes diferentes deste género como “The Ring”, mostra também as suas capacidades. É necessário recordar a sua performance em “Funny Games”, merecedora de reconhecimento.
Alejandro González Iñárritu, que me conquistou após “Amores Perros”, trata a morte de uma forma diferente e de função, neste caso, iniciadora. A morte, tão inevitável e fugaz, despoleta sentimentos e pensamentos tão intrínsecos que se torna, em casos, passível de transtornar diferentes pessoas, diferentes vidas com diferentes rumos e experiências. É isso que acaba por acontecer. Com uma sensibilidade enorme, Iñarritu realiza um filme sobre a dor causada perante a morte. A forma como este estrutura a fita, é incrível. Várias sequências em paralelo, linhas de tempo distintas, que vão chocando e alternando ao longo do filme. (também visto noutros filmes desta dupla como “Amores Perros” e “Babel”) No entanto, o realizador põe-se também na pele do espectador uma vez que, ao contrário de vários realizadores que se esforçam demasiado para prender o espectador ao “final twist”, este vai relevando várias pistas do puzzle ao longo do filme, possibilitando uma antecipação do final.
Outros dos aspectos que, e passo a expressão, me mantêm sempre à cuca, é a qualidade da fotografia. Filmes que têm uma realização totalmente medíocre, ou um argumento que não capta nem conquista audiências, por vezes são desvalorizados de tal forma que não é feita qualquer referência ao esforço e à qualidade fotográfica. (ou até pelo contrário, filmes muito bons que não primam de nenhuma forma a nível fotográfico.) E este filme, alternando tons azuis e cinzentos, por vezes quase preto e branco, consegue atingir um bom nível fotográfico, suficiente para nenhum espectador esqueça de certas cenas e shots.
O significado de “21 Gramas” é revelado precisamente no final:
“How many lives do we live? How many times do we die? They say we all lose 21 grams... at the exact moment of our death. Everyone. And how much fits into 21 grams? How much is lost? When do we lose 21 grams? How much goes with them? How much is gained? How much is gained? Twenty-one grams. The weight of a stack of five nickels. The weight of a hummingbird. A chocolate bar. How much did 21 grams weigh?”
Director: Alejandro González Iñárritu
IMDb: 7.9
Inarritu sempre me fascinou pela forma como escreve e despista o mais atento. O desenrolar em “flashbakcs”, a complexidade do enredo e a estrutura figurativamente em “puzzle”, intrigam o espectador de uma forma que poucos conseguem.
Tal como noutros filmes de Guillermo Arriaga, o enredo inicia-se num acidente. Este accidente irá juntar três destinos: uma mãe que perde as duas filhas e o marido (Naomi Watts), um matemático com uma grave doença cardíaca ( Sean Penn) e um delinquente religioso (Benicio del Toro.) O que sucede ao acidente é devastador.
Um elenco de luxo. Sean Penn é um dos meus actores comtemporâneos preferidos, invariavelmente excelente em cada personagem que interpreta. Ganhei uma admiração ainda maior após ter realizado “Into The Wild”, um grande e injustiçado filme, e também pela interpretação de Harvey Milk, que lhe valeu o Óscar da Academia. Benicio del Toro também mostra mais uma vez o seu talento, tal como já havia provado em “Traffic”. Naomi Watts que conhecia de filmes diferentes deste género como “The Ring”, mostra também as suas capacidades. É necessário recordar a sua performance em “Funny Games”, merecedora de reconhecimento.
Alejandro González Iñárritu, que me conquistou após “Amores Perros”, trata a morte de uma forma diferente e de função, neste caso, iniciadora. A morte, tão inevitável e fugaz, despoleta sentimentos e pensamentos tão intrínsecos que se torna, em casos, passível de transtornar diferentes pessoas, diferentes vidas com diferentes rumos e experiências. É isso que acaba por acontecer. Com uma sensibilidade enorme, Iñarritu realiza um filme sobre a dor causada perante a morte. A forma como este estrutura a fita, é incrível. Várias sequências em paralelo, linhas de tempo distintas, que vão chocando e alternando ao longo do filme. (também visto noutros filmes desta dupla como “Amores Perros” e “Babel”) No entanto, o realizador põe-se também na pele do espectador uma vez que, ao contrário de vários realizadores que se esforçam demasiado para prender o espectador ao “final twist”, este vai relevando várias pistas do puzzle ao longo do filme, possibilitando uma antecipação do final.
Outros dos aspectos que, e passo a expressão, me mantêm sempre à cuca, é a qualidade da fotografia. Filmes que têm uma realização totalmente medíocre, ou um argumento que não capta nem conquista audiências, por vezes são desvalorizados de tal forma que não é feita qualquer referência ao esforço e à qualidade fotográfica. (ou até pelo contrário, filmes muito bons que não primam de nenhuma forma a nível fotográfico.) E este filme, alternando tons azuis e cinzentos, por vezes quase preto e branco, consegue atingir um bom nível fotográfico, suficiente para nenhum espectador esqueça de certas cenas e shots.
O significado de “21 Gramas” é revelado precisamente no final:
“How many lives do we live? How many times do we die? They say we all lose 21 grams... at the exact moment of our death. Everyone. And how much fits into 21 grams? How much is lost? When do we lose 21 grams? How much goes with them? How much is gained? How much is gained? Twenty-one grams. The weight of a stack of five nickels. The weight of a hummingbird. A chocolate bar. How much did 21 grams weigh?”
9/10
6 comentários:
Provavelmente é o meu filme preferido de sempre. Excelente mesmo.
É realmente um filme muito bom, o problema para mim é que tava um modismo desses filmes ao contrário que eu o vi na época com preconceito. Preciso rever, rs...
Tiago, excelente sem dúvida.
O Cara da Locadora, eu percebo. Por vezes, há que contornar essas tendências.
Não gosto muito desse !
Um bom filme, com uma história bem pensada e engenhosa.
8/10.
Um dos meus filmes prediletos. Montagem magnífica.
=)
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