-Oscar, an overlooked and bullied boy, finds love and revenge through Eli, a beautiful but peculiar girl who turns out to be a vampire.
Realizado por Tomas Alfredson
IMDb: 8.2/10
Um filme de ficar abismado. Cada vez me apaixono mais pelo cinema independente. É para mim o primeiro grande filme do ano. Extremamente simples, a sua arma é um realismo poético sem grandes efeitos. Adaptado do livro homónimo de John Ajvide Lindqvise realizado por Tomas Alfredson, chega a um nível de qualidade extraordinária, auxiliado pelos próprios cenários de uma Suiça fria e obscura que tanto contribuem para uma dinamização do ambiente do filme.
Oskar é um menino e 12 anos, solitário e frustrado. É talvez devido a sua condição de frequente vítima de bulling na escola que sente uma crescente sede de violência e carrega sempre consigo uma faca. Um dia conhece Eli, de aparência estranha e bizarra, mãos geladas e cheiro esquisito. O pré-adolescente desenvolve uma certa admiração por Eli, mas esta informa-o que será impossível serem amigos. No entanto, o encontro entre os dois torna-se inevitável. A amizade rapidamente se revela algo mais profundo.
O melhor do filme é que facilmente é acolhido, não só pelos fãs do cinema fantástico ou da temática vampírica (digamos assim), mas também pelos mais cépticos em relação ao tema. Pode parecer um pouco fantástica, contudo todo o filme é tratado de forma subtil e genial através da doçura e inocência de um amor juvenil, mostrando que o mundo é um lugar duro e nada pacífico. Os traços de horror são apropriados, sem carnificina e liquido vermelho em demasia. Consegue juntar cenários assustadores e doces, como um dos mais marcantes do filme, no qual Eli entra em casa de Oskar sem permissão.
O tema é delicadamente tratado, consegue suportar uma narrativa franca e sólida, sem entrar em clichés bastante presentes nos filmes de vampiros. É absolutamente brutal e distinto dos demais filmes do género nos quais brotam cenas totalmente fúteis e de romantismo exacerbado. Let The Right One In consegue superar todos os estereótipos e, com dois actores amadores e um realizador até ao momento desconhecido, marcar posição no cinema indie e alcançar a posição de um dos melhores do ano até agora.
9/10