11 junho 2009

Veronika Decide Morrer - Adaptação

"When you find out you will die, thats when you decide to live."

Há já algum tempo atrás, fiquei a par da notícia que Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho iria ser adaptado para o grande ecrã.
Ora, o livro é magnifico. Não é nenhuma obra prima mas decididamente abre-nos a mente e ajuda-nos no melhor entendimento deste mundo alternativo que é o das pessoas com doenças mentais, os seus refúgios e o quanto nos podemos identificar com elas. Afinal, há um pouco de loucura dentro de cada um.

Recomendo vivamente a sua leitura. Faz-nos pensar no sentido da vida e, pelo menos a mim fez-me interrogar profundamente quanto de mal nos terá de acontecer antes de encontrarmos o/a "the one". A exploração que Paulo Coelho faz à natureza da loucura é subtil, original e filosofica como sempre nos habituou. Tem momentos excepcionalmente belos e marcantes e só espero que esses mesmos momentos sejam passados para o ecrã por Emily Young. Mas duvido. A partir do trailer abaixo exposto não me parece que tenha captado suficientemente o espírito do livro, mas digamos que não há nada como o ver. O filme estreia em Novembro deste ano nos Estados Unidos e ainda tem data imprevista de estreia em Portugal.



Até pode haver quem ache fenomenal, mas admito que não me seduziu. Sarah Michelle Gellar? A interpretar a instável Veronika? Uma desilusãozinha. (Também, entre Kate Bosworth e Sarah Michelle Gellar venha o diabo e escolha.)
De qualquer forma, surpresa foi quando vim aqui e deparei-me com a seguinte situação: este filme já foi visto por 50 pessoas e tem uma cotação de 9.4. Um pouco estranho, não ? Ora, visto que não há informação que tenha passado nalgum tipo de festival acho extremamente insólito.

Já agora, espero abrir o apetite para a leitura do livro.

"- O que é isto?
- Uma gravata.
- Muito bem. A sua resposta é lógica, coerente com absolutamente normal: uma gravata! Um louco, porém, diria que eu tenho ao pescoço um pano colorido, ridículo, inútil, amarrado de uma maneira complicada, que acaba por dificultar os movimentos da cabeça e por exigir um esforço maior para que o ar possa entrar nos pulmões. Se eu me distrair quando estiver perto de um ventilador, posso morrer estrangulado por este pano.
Se um louco me perguntar para que serve uma gravata, eu terei que responder: absolutamente para nada. Nem mesmo para enfeitar, porque hoje em dia ela tornou-se o símbolo de escravidão, poder, distanciamento. A única utilidade da gravata consiste em chegar a casa e tirá-la, dando a sensação de que estamos livres de alguma coisa que nem sabemos o que é.
Mas a sensação de alívio justifica a existência da gravata? Não. Mesmo assim, se eu perguntar a um louco e a uma pessoa normal e a uma pessoa o que é isso, será considerado são aquele que responder: uma gravata. Não importa quem está certo - importa quem tem razão.
- Donde o senhor concluir que eu não sou louca, pois dei o nome certo ao pano colorido."

2 comentários:

Tiago Ramos disse...

Isso é típico dos fãs. É como no PTGate. Ainda antes de estrearem os filmes de Harry Potter já lão estão dezenas de fãs a darem pontuação de 5*. Depois não admira que às vezes os resultados saiam viciados.

Unknown disse...

Não li o livro por acaso como já sabes. Mas gostei muito da passagem que referes. É uma perspectiva inteligente de ver o que a sociedade nos obriga a fazer.

Quanto ao trailer, nada de especial. Duvido que saia grande coisa de lá. pode ser que sim. A ver vamos.

Bjs